Figueiredo & Magalhães Advogados https://figueiredoemagalhaes.com.br Thu, 23 Jan 2025 12:16:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://figueiredoemagalhaes.com.br/wp-content/uploads/2024/12/cropped-1-1-32x32.png Figueiredo & Magalhães Advogados https://figueiredoemagalhaes.com.br 32 32 Enel Condenada a Pagar R$ 10 Mil por Danos Morais a Família https://figueiredoemagalhaes.com.br/enel-condenada-a-pagar-r-10-mil-por-danos-morais-a-familia/ https://figueiredoemagalhaes.com.br/enel-condenada-a-pagar-r-10-mil-por-danos-morais-a-familia/#respond Thu, 23 Jan 2025 12:14:27 +0000 https://figueiredoemagalhaes.com.br/?p=2711 A distribuidora de energia Enel foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Ceará a pagar R$ 10 mil a uma família por danos morais. A condenação ocorreu devido à demora no restabelecimento do fornecimento de energia elétrica após o pagamento de dívidas. Entenda os detalhes do caso e o impacto dessa decisão.

Caso da Família que Ficou sem Energia por Mais de Um Mês

Em setembro de 2021, uma família teve o fornecimento de energia elétrica interrompido devido ao atraso no pagamento de quatro faturas. Mesmo após a quitação dos débitos, a Enel demorou a restabelecer o serviço, levando a família a recorrer à Justiça.

Enel

Solicitação de Religamento não Atendida

Após regularizar os pagamentos, a família solicitou o religamento da energia, mas o pedido não foi atendido pela distribuidora. Esse atraso injustificado foi um dos principais motivos que levaram a decisão judicial em favor da família.

Decisão Judicial: R$ 10 Mil por Danos Morais

O processo foi julgado na 10ª Vara Cível de Fortaleza, onde o juiz entendeu que a demora no restabelecimento do fornecimento de energia causou um prejuízo significativo à família. Dessa forma, foi determinada uma indenização de R$ 10 mil por danos morais.

Apelação da Enel: Defesa da Empresa

A Enel recorreu da decisão, alegando que os consumidores foram informados previamente sobre a possibilidade de corte de energia e que não havia fundamentos suficientes para justificar uma indenização por danos morais. A empresa argumentou que não houve ofensa à honra ou a dignidade da família.

Tribunal de Justiça do Ceará Confirma Decisão

O Tribunal de Justiça do Ceará, por meio da 4ª Câmara de Direito Privado, manteve a sentença original e negou o recurso da Enel. O Tribunal reconheceu que a demora no restabelecimento do serviço foi injustificada e que o fornecimento de energia elétrica é um serviço essencial, o que justifica a indenização.

Importância do Valor da Indenização

O desembargador André Luiz de Souza Costa, relator do caso, ressaltou que o valor de R$ 10 mil é adequado e proporcional para compensar os danos causados pela ausência de um serviço essencial como a energia elétrica. A decisão também teve um caráter pedagógico, destacando a importância de as empresas prestadoras de serviços cumprirem suas obrigações de forma eficiente e dentro dos prazos estabelecidos.

O Que Você Precisa Saber Sobre Direitos dos Consumidores

Essa decisão destaca a importância dos direitos dos consumidores em relação à interrupção e restabelecimento de serviços essenciais. Se você está enfrentando problemas semelhantes, é importante saber que tem direito à compensação por danos morais, caso o serviço essencial não seja prestado de maneira adequada.

Como Proteger Seus Direitos

  • Fique atento às notificações: Sempre verifique se você foi devidamente notificado sobre a possibilidade de corte de serviços.
  • Guarde comprovantes de pagamento: Mantenha registros de pagamentos e solicitações de religamento para garantir seus direitos.
  • Consulte a Justiça: Caso sua solicitação de religamento seja ignorada após o pagamento de dívidas, você pode recorrer à Justiça para garantir o restabelecimento do serviço e buscar uma compensação por danos morais.

Conclusão

A decisão do Tribunal de Justiça do Ceará reafirma a importância de respeitar os direitos dos consumidores e de garantir a prestação de serviços essenciais de forma eficiente. A condenação da Enel a pagar R$ 10 mil à família é um exemplo claro de como a Justiça protege os consumidores em situações como essa.

Processo: 0264903-83.2021.8.06.0001

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Serasa: número de pessoas endividadas no país chega a 73 milhões https://figueiredoemagalhaes.com.br/serasa-numero-de-pessoas-endividadas-no-pais-chega-a-73-milhoes/ https://figueiredoemagalhaes.com.br/serasa-numero-de-pessoas-endividadas-no-pais-chega-a-73-milhoes/#respond Sun, 05 Jan 2025 16:50:16 +0000 https://figueiredoemagalhaes.com.br/?p=1854 Endividamento no Brasil: Serasa revela que 73,10 milhões de pessoas estão endividadas

Endividamento no Brasil: Dados e Soluções para o Crescimento da Inadimplência

O endividamento no Brasil continua a crescer, afetando milhões de brasileiros. Segundo um levantamento recente do Serasa, 73,10 milhões de pessoas estavam com o nome restrito em outubro de 2024. Esse número é um reflexo do aumento da inadimplência no país e da alta taxa de juros.

Dados sobre o endividamento no Brasil
Dados sobre o endividamento no Brasil

Quem São os Endividados no Brasil? Perfil dos Brasileiros com Dívidas

A pesquisa do Serasa revelou que a maior parte dos endividados está nas faixas etárias entre 41 e 60 anos, com 35,1% da população. O perfil dos endividados é o seguinte:

  • Faixa etária de 41 a 60 anos: 35,1%
  • Faixa etária de 26 a 40 anos: 34,0%
  • Acima de 60 anos: 19,2%
  • 18 a 25 anos: 11,8%

Esses números indicam que o endividamento no Brasil atinge fortemente as pessoas em idades intermediárias e avançadas, com reflexos diretos nas finanças familiares.

O Impacto das Taxas de Juros no Endividamento

As taxas de juros no Brasil atingiram um pico histórico, e a professora Lílian Carrete, especialista em finanças, alerta sobre o alto custo do endividamento. Ela explica que, ao começar o ano endividado, o brasileiro pode enfrentar compromissos de pagamento com juros elevados, o que prejudica ainda mais as finanças no longo prazo.

Como Diminuir o Consumo para Evitar o Endividamento?

Reduzir o consumo é a primeira estratégia para quem deseja entrar em 2025 com menos dívidas. A especialista destaca que, apesar dos estímulos de consumo de fim de ano, a prioridade deve ser diminuir gastos para reduzir a quantidade de dívidas no futuro.

Lílian recomenda que os brasileiros façam um sacrifício financeiro agora, antes de se verem atolados com os juros altos durante o ano de 2025. “É melhor apertar agora do que pagar os juros elevados ao longo do ano”, afirmou a professora.

Renegociação de Dívidas: A Melhor Solução para o Endividamento

Se as dívidas se acumulam e se tornam insustentáveis, uma renegociação de dívidas é essencial. Quando o valor das dívidas comprometer mais de 30% da renda mensal, é hora de agir. A primeira recomendação é renegociar as dívidas mais caras, especialmente as do cartão de crédito, que possuem as maiores taxas de juros.

Como Priorizar as Dívidas Mais Urgentes?

Lílian recomenda que, caso as dívidas sejam tão altas a ponto de comprometer a capacidade de pagamento, a pessoa deve priorizar o pagamento das dívidas essenciais. Isso inclui o financiamento da casa e outras dívidas necessárias para garantir a sobrevivência, como alimentação e moradia.

Exemplo de ação: Se você tiver um financiamento de casa e um financiamento de carro, pode ser mais vantajoso parar de pagar o carro, embora isso signifique perder o bem, para garantir que a casa seja paga.

Empréstimos: Devem Ser Evitados Durante o Endividamento

Embora o empréstimo consignado tenha taxas de juros mais baixas, Lílian alerta que, mesmo assim, ele pode ser uma armadilha devido aos custos envolvidos. O empréstimo consignado no Brasil costuma ter juros em torno de 15% ao ano, o que ainda é considerado um valor elevado.

Se possível, a melhor estratégia é evitar o endividamento por completo e buscar outras formas de reequilibrar as finanças pessoais, como renegociar dívidas e reduzir gastos supérfluos.

Dicas Práticas para Evitar o Endividamento em 2025

  1. Reduza o consumo: Ajuste seus hábitos de compra para não acumular mais dívidas.
  2. Renegocie suas dívidas: A negociação é a chave para reduzir os juros e o valor total da dívida.
  3. Evite novos empréstimos: Mesmo o consignado pode ser uma opção cara e difícil de controlar.

Fontes Externas e Links Úteis

Para entender mais sobre como renegociar suas dívidas e melhorar sua saúde financeira, confira estes links externos:

Conclusão: Como Lidar com o Endividamento em 2025?

O endividamento no Brasil está em crescimento e deve ser uma preocupação em 2025. O caminho para evitar maiores dificuldades financeiras passa pela redução de consumo, renegociação de dívidas e evitação de novos empréstimos. Com planejamento e disciplina, é possível melhorar a saúde financeira e evitar o impacto dos juros altos.

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Crime de poluição sonora não exige perícia para constatar danos à saúde humana https://figueiredoemagalhaes.com.br/crime-de-poluicao-sonora-nao-exige-pericia-para-constatar-danos-a-saude-humana/ https://figueiredoemagalhaes.com.br/crime-de-poluicao-sonora-nao-exige-pericia-para-constatar-danos-a-saude-humana/#respond Fri, 27 Dec 2024 05:09:52 +0000 https://figueiredoemagalhaes.com.br/?p=1646

O crime de poluição sonora é considerado formal e de perigo abstrato, ou seja, não é necessário apresentar prova pericial para comprovar o risco à saúde humana. Este entendimento foi reforçado pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a imputação contra o proprietário de um bar acusado de poluição sonora.

O Crime de Poluição Sonora e a Lei dos Crimes Ambientais

A poluição sonora está prevista no artigo 54 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), que considera crime “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana”. O STJ reafirma que, para configurar o crime, não é necessária a apresentação de uma prova pericial que ateste os danos à saúde humana, pois basta a constatação de que os níveis de som ultrapassaram o limite permitido pela legislação vigente.

Decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Inicialmente, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) havia desclassificado a imputação contra o proprietário do bar, com base no argumento de que não havia comprovação de risco à saúde humana. O TJ-MG sugeriu que seria necessário um laudo pericial médico para atestar tais riscos, mesmo com o barulho excedendo os limites permitidos pela legislação.

A Decisão Unânime do STJ

Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, afastou esse entendimento. O relator, ministro Joel Ilan Paciornik, destacou a jurisprudência da Corte, que entende o crime de poluição sonora como formal, ou seja, não depende da comprovação de danos efetivos à saúde, mas sim do desrespeito às normas de emissão sonora. Assim, o caso foi remetido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) para prosseguir com o julgamento da apelação, considerando a imputação do crime conforme a Lei 9.605/1998.

Conclusão: Implicações da Decisão sobre Poluição Sonora

Essa decisão do STJ reforça a importância do controle da poluição sonora e pode ter implicações significativas para o tratamento de casos semelhantes em todo o Brasil. O entendimento consolidado pelo STJ pode servir como base para outras decisões, onde o simples descumprimento das normas de emissão sonora seja suficiente para configurar o crime de poluição sonora, sem a necessidade de comprovação de danos à saúde.

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Lei 15.069/2024: Política Nacional de Cuidados Garantirá Direitos e Corresponsabilidade Social https://figueiredoemagalhaes.com.br/sanciona-lei-que-institui-a-politica-nacional-de-cuidados/ https://figueiredoemagalhaes.com.br/sanciona-lei-que-institui-a-politica-nacional-de-cuidados/#respond Fri, 27 Dec 2024 05:07:27 +0000 https://figueiredoemagalhaes.com.br/?p=1644 A Política Nacional de Cuidados foi instituída pela Lei 15.069/2024, sancionada pela Presidência da República e publicada no Diário Oficial da União (DOU) na terça-feira (24). Esta norma histórica estabelece a garantia do direito ao cuidado e busca fomentar a corresponsabilidade social entre o Estado, a família, o setor privado e a sociedade civil.

Objetivos Principais da Lei 15.069/2024: Universalização do Direito ao Cuidado

A Lei 15.069/2024, que origina-se do PL 5.791/2019, foi aprovada em dezembro pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), com o relator senador Paulo Paim (PT-RS). O texto da lei promove a ampliação progressiva dos grupos prioritários para garantir a universalização do direito ao cuidado, alinhando-se aos princípios e fundamentos da Constituição Federal de 1988.

Princípios Fundamentais da Política Nacional de Cuidados

A Política Nacional de Cuidados tem como princípios centrais:

  • Respeito à dignidade e aos direitos humanos das pessoas que recebem cuidado e das que prestam os cuidados.
  • Universalismo progressivo sensível às diferenças, visando um atendimento inclusivo.
  • Corresponsabilidade social entre homens e mulheres, com foco no combate ao preconceito, incluindo as dimensões antirracista, anticapacitista e antiidadista.

Integração de Políticas Públicas e Acesso ao Cuidado de Qualidade

A Lei 15.069/2024 promove a integração de políticas públicas nas áreas de saúde, assistência social, trabalho, educação e direitos humanos, com o objetivo de garantir acesso de qualidade ao cuidado. Além disso, a lei busca conciliar o trabalho remunerado com as necessidades de cuidado, incentivando a colaboração do setor privado e da sociedade civil.

Promoção do Trabalho Decente para os Trabalhadores do Cuidado

Outro ponto essencial da Política Nacional de Cuidados é a promoção de trabalho decente para os trabalhadores do cuidado, especialmente os que atuam nas famílias. A política também visa redistribuir o trabalho de cuidado, que, tradicionalmente, recai sobre as mulheres, aliviando a sobrecarga sobre esse grupo.

Público Prioritário: Grupos Vulneráveis e Trabalhadores do Cuidado

A Política Nacional de Cuidados foca em grupos prioritários, como crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e trabalhadores do cuidado, tanto remunerados quanto não remunerados. O governo federal, por meio do Plano Nacional de Cuidados, coordenará ações para garantir os direitos desses grupos, com a participação ativa dos estados, Distrito Federal e municípios.

Implementação e Financiamento da Política Nacional de Cuidados

A implementação da Política Nacional de Cuidados contará com apoio técnico para a criação de planos estaduais e municipais, garantindo a efetivação dos direitos previstos pela lei. O financiamento será feito por recursos da União, além de verbas estaduais, municipais e até doações. A execução da política será descentralizada, com a colaboração de entidades públicas e privadas.

Conclusão: Avanços Importantes para a Sociedade Brasileira

A Lei 15.069/2024 representa um marco importante no reconhecimento do direito ao cuidado no Brasil, promovendo a equidade de gênero, o combate ao preconceito e a melhora das condições de trabalho para os trabalhadores do cuidado. Com sua implementação, espera-se que o acesso ao cuidado se torne cada vez mais inclusivo, com um sistema que beneficie a todos os brasileiros.

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A Gorjeta é Obrigatória? Entenda as Regras e Costumes no Brasil e no Mundo https://figueiredoemagalhaes.com.br/e-obrigatorio-dar-gorjeta/ https://figueiredoemagalhaes.com.br/e-obrigatorio-dar-gorjeta/#respond Fri, 27 Dec 2024 05:03:45 +0000 https://figueiredoemagalhaes.com.br/?p=1642 A gorjeta é uma prática comum em muitos países, mas sua obrigatoriedade varia dependendo da localidade e da legislação vigente. Se você já viajou para os Estados Unidos ou assistiu a filmes norte-americanos, provavelmente percebeu que a gorjeta é considerada uma parte fundamental da remuneração dos prestadores de serviços, especialmente em restaurantes e táxis. No entanto, a realidade é diferente em outros lugares, como no Brasil, onde a gorjeta não é obrigatória, mas amplamente aceita como forma de reconhecimento pelo bom atendimento.

Gorjeta nos Estados Unidos: Uma Parte da Renda dos Trabalhadores

Nos Estados Unidos, embora não exista uma legislação que obrigue o pagamento de gorjetas, ela é amplamente enraizada na cultura local. A gorjeta, especialmente em serviços como restaurantes e transporte, é considerada uma parte essencial da remuneração do trabalhador. Negar o pagamento de gorjeta pode resultar em olhares reprovadores e críticas diretas, refletindo a importância desse gesto para os prestadores de serviço.

No Brasil, a Gorjeta Não é Obrigatória, Mas é Comum

No Brasil, a situação é diferente. A gorjeta não é uma exigência legal, mas é um costume amplamente aceito e praticado como forma de agradecimento pelos serviços prestados. Segundo Leonardo Morau, advogado especializado em Direito do Consumidor, “A gorjeta no Brasil é uma prática disseminada como forma de reconhecimento, mas não há imposição legal”. Embora os estabelecimentos possam sugerir um valor, que varia de 8% a 13%, o consumidor tem total liberdade para aceitar, ajustar ou recusar o valor sugerido.

Gorjeta no Contexto Trabalhista: O Que Diz a Legislação?

A situação muda quando se trata da relação entre empregadores e empregados em setores como bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. No Direito Trabalhista, conforme o artigo 457, parágrafo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a gorjeta é considerada parte da remuneração do trabalhador, desde que prevista no contrato de trabalho ou na política interna da empresa.

Juliana Mendonça, advogada especializada em Direito Trabalhista, ressalta que “a legislação garante que as gorjetas, sejam espontâneas ou incluídas na nota fiscal, devem compor os ganhos do trabalhador”. Essa abordagem assegura que, em muitos casos, a gorjeta seja contabilizada na remuneração do empregado e deve ser corretamente distribuída.

Regulamentação da Gorjeta: O Que Diz a Lei nº 13.419/2017

A Lei nº 13.419/2017 regula a gorjeta e define como ela deve ser tratada no âmbito trabalhista. A lei permite que o empregador retenha uma parte do valor das gorjetas para cobrir encargos trabalhistas e previdenciários. Dependendo do regime tributário da empresa, essa retenção pode variar: no regime Simples Nacional, a retenção pode chegar até 20%, enquanto no Lucro Presumido ou Real, o limite é de 33%. O valor restante deve ser integralmente destinado aos empregados, e sua distribuição deve ser feita de maneira transparente, conforme acordos coletivos ou normas internas.

Gorjeta em São Paulo: Regulamentações Locais

Em estados como São Paulo, há regulamentações locais sobre a gorjeta. Desde 2018, os estabelecimentos dessa região precisam formalizar a implementação da gorjeta junto ao Sinthoresp, o sindicato que representa os trabalhadores do setor. A divisão da gorjeta deve incluir maitres, garçons, cozinheiros e outros funcionários, com a obrigatoriedade de discriminação no holerite e o pagamento até o quinto dia útil do mês subsequente. O não cumprimento dessas regras pode resultar em multas e sanções para o empregador.

A Gorjeta Também é Comum em Outros Setores de Serviço

Além dos restaurantes e bares, a prática de dar gorjetas se estende a outros setores, como hotéis, salões de beleza, spas, serviços de transporte e de manutenção, entre outros. Embora em todos esses casos a gorjeta seja voluntária, ela reflete o reconhecimento pelo serviço bem prestado, tanto por parte dos consumidores quanto pelos trabalhadores.

Conclusão: A Gorjeta é uma Prática Valorizada, Mas Não Obrigatória

Embora a gorjeta não seja obrigatória, ela se firmou como uma prática importante e valorizada, especialmente no Brasil e em outros países. Ela é uma maneira de reconhecer o esforço e o bom atendimento dos trabalhadores, sendo uma prática voluntária, mas que é amplamente aceita em diversos setores.

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